Vinho Chianti: conheça o vinho italiano cheio de histórias e sabores

Por Del Vino Wine Club em 24 de fev de 2021

Vinho Chianti: conheça o vinho italiano cheio de histórias e sabores

Muito provavelmente se você é apaixonado por vinhos já deve ter ouvido falar sobre o Chianti. Produzido na região de Toscana, mais precisamente entre Siena, Florença e Arezzo, é um vinho italiano muito famoso e renomado.

O vinho Chianti é um vinho tinto seco, com cor vermelho-rubi, possui notas frutadas concentradas, como ameixa e cereja, e também aromas florais. É uma bebida harmoniosa e aveludada, e agrada boa parte dos paladares por ser mais leve. Produzido predominantemente com uvas da casta Sangiovese (uva muito cultivada na Itália e considerada uma joia da Toscana), os aromas de frutas são marcantes, bem como sabor picante na medida certa, com boa acidez e taninos macios. O Chianti também pode utilizar no corte uva tinta Canaiolo, castas brancas Malvasia e Trebbiano.

História do vinho Chianti

A lenda que envolve toda a história

Pode-se dizer que a história sobre o vinho Chianti se estruturou por meio de uma lenda medieval. Estudiosos e curiosos acerca do tema dizem que  a denominação de origem do Chianti foi estabelecida por meio de uma disputa entre Siena e Florença, durante o século 17 -- período em que aconteceram conflitos sobre a delimitação de fronteiras da região. 

Para esta disputa, foi proposto uma corrida entre cavaleiros das duas cidades. No entanto, a corrida seria iniciada assim que o galo de cada região cantasse. O lugar onde os cavaleiros se encontrassem seria o ponto para delimitar a fronteira. Logo, o cavaleiro que o galo cantasse primeiro teria mais vantagens. Siena escolheu um galo forte e bem alimentado, enquanto Florença optou por um galo fraco e mal alimentado, que foi o primeiro a cantar. Sendo assim, além de conquistar o maior território, Florença também ganhou a exclusividade do nome Chianti.

Fato curioso: o galo negro (Gallo Nero) da disputa estampa as garrafas do Chianti Clássico até hoje. Por isso, é fácil distinguir um Chianti Clássico de outros rótulos. 

Contudo, apesar da lenda, a demarcação da área de Chianti foi feita por meio de um tratado em 1203, sendo pertencente à Florença, pois, na época, o município era leal ao Papa, enquanto Siena era favorável ao Sacro-Império Romano. 

Consorzio Vino Chianti

Inicialmente, o Chianti era classificado como um vinho italiano branco e seguia poucas regras quanto à sua produção e fabricação. Anos depois, com o surgimento dos vinhos toscanos, foi necessário aprimorar as normas de produção deste vinho. 

Para valorizar a produção dos vinhos Chianti, em 1927 foi criado o “Consorzio Vino Chianti”, uma iniciativa de um grupo de viticultores de Florença, Arezzo, Pistoia e Siena. Basicamente, o Consorzio tem o objetivo de valorizar e promover a denominação de Chianti com iniciativas que atuam tanto dentro do país de origem como no exterior. O grupo também é responsável por definir os períodos de crescimento ou desaceleração da produção e tudo o que engloba a gestão organizada entre os viticultores.

Em 1984, o Consorzio conseguiu criar condições ideais para que o Chianti fizesse parte oficialmente do DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida), por meio do Decreto do Presidente da República. 

Região de produção do Chianti

Ainda de acordo com o Consorzio Vino Chianti, existem cerca de 3.000 produtores que envolvem mais de 15.500 hectares de vinhedos, produzindo 800.000 hectolitros de Chianti das várias regiões e seus diversos tipos. 

A bebida é produzida em região montanhosa com solo predominantemente de pedras argilosas, que retém bastante água. Isso favorece para que as vinhas se mantenham longe de um possível estresse hídrico, sendo positivo também para os períodos de calor excessivo. A altitude das colinas onde os vinhedos estão instalados ficam em média entre 200 e 400 metros acima do nível do mar. Tanto os fatores geográficos quanto os climáticos influenciam diretamente na produção do Chianti, por exemplo no nível de maturidade da uva ou até mesmo na saúde das vinhas.

Microrregiões de Chianti são responsáveis pela grande variedade da bebida

O Chianti é dividido entre duas grandes áreas italianas: a parte central de Toscana, entre Siena e Florença, em que os vinhos produzidos lá são denominados de Chianti Clássico, e outra parte chamada de Chianti mesmo, que engloba 7 microrregiões que estão situadas nos arredores de Chianti Clássico: Colli Aretini, Colli Senesi, Colli Pisane, Colli Fiorentini, Montalbano, Montespertoli e Rufina. 

O vinho Chianti é produzido a partir de, pelo menos, 70% de uvas Sangiovese. Enquanto as uvas brancas podem representar no máximo 10% do corte. Outras uvas, como Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, não podem passar de 15% do corte, juntas. Existem três categorias para os vinhos Chianti: 

Rosso: classificação dada aos vinhos que amadurecem no mínimo 12 meses na fabricação até sair para as vinícolas e comércios em geral. 

Riserva: definição dada aos vinhos Chianti com amadurecimento mínimo de 2 anos (incluindo três meses na garrafa). Essa classificação é considerada a máxima expressão das uvas Sangiovese, por pertencer a uma colheita tardia, tornando o vinho com boa estrutura e complexidade. 

Gran Selezione: classificação dada aos vinhos produzidos pela melhor seleção das melhores uvas. Além disso, há um envelhecimento de, no mínimo, 30 meses, contando com três meses de amadurecimento na garrafa. 

Vinho Chianti: ótimo para harmonizar com diversos pratos

Devido às suas características, o vinho Chianti é facilmente harmonizado com diversos pratos, especialmente os típicos italianos, como as massas (pizza, lasanha, ravioli, entre outras opções). A harmonização do vinho com massas não tem uma regra definida, mas para realçar os sabores, o Chianti vai bem com molhos à base de tomate ou carne. Além disso, pode combinar com carnes vermelhas grelhadas (bistecas, por exemplo), carne de caça, assados ou até mesmo tábua de queijos envelhecidos (parmesão harmoniza muito bem!)

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Crédito da foto: Unsplash

Por Del Vino Wine Club
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