O que é vinho verde? A bebida que encanta a Europa e todo o mundo
Bebida muito versátil, com aromas frutados marcantes e toque cítrico, o vinho verde possui destaque no consumo europeu e tem ganhado força no Brasil também, por trazer esse aspecto mais leve e com frescor. Localizada ao Noroeste de Portugal, às margens do Rio Minho, a Região dos Vinhos Verdes é considerada uma das maiores e mais antigas regiões de vinhedos do mundo -- sendo demarcada exclusivamente para esta finalidade.
Juntamente com o vinho do Porto, o vinho verde é um dos vinhos portugueses mais exportados. Pesquisas indicam que o vinho verde é um dos mais consumidos e procurados por todo o mundo. Para atender a demanda crescente tanto nacional quanto de outros países, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) busca estudar mecanismos de incentivo aos viticultores, visando aumentar ainda mais suas produções. Veja abaixo tudo o que você precisa saber sobre o vinho verde!
Origem do vinho verde
Os vinhos verdes são produzidos na região histórica do Minho -- área repleta de belezas para se conhecer e se encantar, além da bebida, claro! A região é famosa pelo cultivo de uvas há mais de 2000 anos. Logo, desde a Idade Média, os vinhos produzidos ali são reconhecidos por sua qualidade e características únicas.
Devido suas qualidades inconfundíveis, o vinho verde passou a fazer parte da cultura local, contribuindo muito para a movimentação econômica da região também, já que indícios históricos apontam que ele foi o primeiro vinho produzido em Portugal que foi exportado para fora do país entre os séculos 16 e 17. Inicialmente, a exportação não era em grande escala, mas já refletia para a região. Com seu sucesso se expandindo pelos países europeus, no início do século 20, a região dos Vinhos Verdes foi oficialmente demarcada e dividida em sub-regiões de produção. Sendo elas: Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção & Melgaço, Paiva e Sousa.
Os Vinhos Verdes são controlados e certificados como Denominação de Origem Controlada (DOC) pela CVRVV, mantendo sua qualidade em cada rótulo produzido. Mas somente nos anos 50 que a denominação “vinho verde” foi aceita pela Organização Internacional do Vinho (OIV) e registrada pela Organização Mundial da Propriedade Industrial (OMPI) nos anos 70. A partir disso, a região do Minho passou a ter exclusividade internacional para o uso da expressão como denominação dos vinhos de lá.
Como é produzido o vinho verde?
Os vinhos produzidos na Região dos Vinhos Verdes são elaborados da mesma maneira que os vinhos tidos como tradicionais. Os vinhos verdes são refrescantes e jovens e podem variar entre espumantes, rosés, brancos e até tintos. Seu destaque vai para a produção com uvas exclusivas daquela região portuguesa. Existem cerca de 47 castas permitidas para a vinificação de um vinho verde. Mas as mais comuns são:
Brancas: Alvarinho, Arinto, Avesso, Azal, Loureiro, Fernão Pires e Trajadura;
Tintas: Amaral, Borraçal e Espadeiro;
Rosés: Touriga Nacional.
Após a colheita e esmagamento (processo que rompe a casca para liberar a polpa e o suco da fruta, influenciando diretamente na qualidade final da bebida), é o momento da fermentação em contato com o mosto (sumo de uvas frescas). Após este processo, é o momento de transferência da bebida para barris e, posteriormente, engarrafamento.
Características da bebida e as teorias para seu nome
Você pode estar se perguntando por qual motivo o vinho verde possui este nome. Alguns afirmam que a bebida tem este nome por sua coloração ou pelo tipo de uva utilizado em sua fabricação. Já outros relacionam com a região verdejante onde as vinhas são cultivadas. As teorias são variadas e, por vezes, controversas.
Uma das justificativas mais elaboradas afirma que o vinho verde recebeu essa designação devido ao curto período de maturação das uvas e também do pouco tempo de armazenamento antes da bebida ser engarrafada e comercializada. Sendo assim, as uvas verdes, com acidez elevada e altos níveis de ácido málico (responsável pela fermentação), o baixo teor alcoólico e índice de açúcar trazem ao vinho verde mais leveza e frescor, diferentemente dos vinhos produzidos com uvas mais envelhecidas. Além dessas características, o vinho deve ser consumido em, no máximo, dois ou três anos, com temperatura média de 8º a 12ºC para conservar suas qualidades.
Outras características do vinho verde também estão relacionadas ao local onde as uvas são produzidas e não à cor em si. A Região de Minho engloba uma extensa planície verde, rodeada, praticamente, por água de todos os lados. Logo, é uma região úmida, com solo de granito e com PH baixo, além de diversos elementos que contribuem para a fertilização da terra.
Devido às sub-regiões onde a bebida é produzida, cada rótulo pode carregar consigo um estilo marcante das regiões, especialmente pelas variações nas características de terroir, mas o frescor e leveza se mantém em todos.
Harmonização com vinhos verdes
O vinho verde possui um elevado potencial gastronômico, pois possui teor alcoólico moderado e, consequentemente, é menos calórico. Além disso, é um vinho fácil de beber. Logo, pode contribuir muito bem para a harmonização com diversos tipos de pratos, desde aperitivos ou refeições mais elaboradas, especialmente com frutos do mar, peixes grelhados, carnes de porco e legumes.
Na dúvida, combine o vinho verde com petiscos comuns, saladas, peixes, mariscos e até mesmo pratos asiáticos, como sushi, sashimi e outros pratos internacionais.
A combinação de pratos com vinho verde pode ser muito variada, já que a bebida pode ter classificação como tinto, branco, rosé e até espumante. Por isso, para quem está iniciando no universo dos vinhos, tornar o paladar mais aguçado para os sabores e aromas é o primeiro passo para aprender a harmonizar bem a bebida, além de ampliar os conhecimentos sobre os tipos de vinhos. a Del Vino possui o Curso de Vinhos Com Degustação. O curso é indicado para iniciantes e também para quem possui leve noção sobre a bebida e sua história, contribuindo para mostrar os tipos de vinhos existentes, as uvas mais utilizadas na produção da bebida e também sobre harmonização e degustação da bebida.
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